Américo: Brasil deve ter mais peso na decisão de inclusão da Venezuela no Brics
Escrito por Nilson Oliver em 22 de Outubro, 2024
O Brasil está adotando uma postura firme na cúpula do Brics em Kazan, Rússia, em relação à verosímil expansão do conjunto e, em privado, à ingressão da Venezuela. Segundo o crítico sênior de assuntos internacionais Américo Martins, o país argumenta que deve ter mais peso na decisão sobre a inclusão de novos membros da América Latina.Até o momento, todas as decisões do grupo eram tomadas por consenso entre os cinco membros originais: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. No entanto, com a recente expansão para nove países, incluindo Irã, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Egito, o processo decisório se tornou mais multíplice. Débora Oliveira: Sistema de pagamento do Brics tem mais natureza política que econômica Putin se reúne com Dilma Rousseff no primeiro dia da cúpula dos Brics Amorim diz à CNN ser contra ingressão da Venezuela nos Brics Posição brasileira e critérios de adesãoO Brasil insiste em manter o princípio do consenso para decisões de ampliação e defende que deveria ter uma proporção regional dos países membros. Uma vez que único representante latino-americano no grupo, o país argumenta que deveria ter maior influência nas decisões envolvendo nações da região.Diferentemente dos outros membros, o Brasil não apresentou uma lista de países candidatos à adesão, preferindo discutir critérios de adesão em vez de explorar candidaturas individualmente. O país não apoia a ingressão da Venezuela nem da Nicarágua, mas consideraria Cuba e, possivelmente, a Bolívia uma vez que potenciais membros latino-americanos.Desafios para o consensoA posição brasileira enfrenta desafios, já que não existe um sistema formal de veto nas decisões do Brics, uma vez que ocorre no Parecer de Segurança da ONU. A Venezuela, por sua vez, está fazendo um intenso lobby junto aos outros países membros para prometer sua ingressão no conjunto.A decisão final sobre a expansão do grupo e os critérios de adesão será discutida diretamente pelos chefes de Estado na reunião de amanhã em Kazan. O Brasil será representado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, com a possibilidade de o presidente Lula participar por videoconferência, embora isso ainda não esteja confirmado.O desfecho dessas negociações será crucial para ordenar o horizonte do BRICS e sua influência geopolítica, mormente considerando as complexas relações entre o Brasil e alguns dos países aspirantes a membros. Os textos gerados por perceptibilidade sintético na CNN Brasil são feitos com base nos cortes de vídeos dos jornais de sua programação. Todas as informações são apuradas e checadas por jornalistas. O texto final também passa pela revisão da equipe de jornalismo da CNN. Clique cá para saber mais.