Análise: A política anti-imigração nos EUA
Escrito por Nilson Oliver em 22 de Janeiro, 2025
A política anti-imigração do ex-presidente Donald Trump nos Estados Unidos pode afetar murado de dois milhões de brasileiros que vivem no país em situação indocumentada, segundo a comentador de internacional Fernanda Magnotta.Durante o programa CNN 360º desta quarta-feira (22), Magnotta destacou que o governo brasílio tem poucas opções de retaliação diante das medidas restritivas americanas.A principal opção seria a reciprocidade diplomática, exigindo vistos de cidadãos americanos para entrar no Brasil. Trump decreta fechamento da fronteira com México para imigrantes ilegais Imigração: Diretriz de Trump prevê denúncia contra promotores contrários Governo Trump orienta agências federais de saúde a pausar comunicações “Essa questão da reciprocidade é basicamente a moeda de troca básica, padrão de todos os governos. É o que se utiliza de maneira quase protocolar quando se fala em diplomacia”, explicou a comentador.No entanto, Magnotta ressaltou que essa medida tem eficiência limitada devido à assimetria de poder entre os dois países.“A gente pode, evidente, impor essa exigência aos norte-americanos, mas ainda assim, isso é muito pouco perto do que deve intercorrer com a comunidade brasileira que se encontra por lá”, afirmou.Disputa nos tribunais e no CongressoA técnico prevê que a disputa sobre as políticas migratórias deve se concentrar nos tribunais americanos, com organizações de classe já se mobilizando para prometer direitos, mormente de filhos de imigrantes indocumentados nascidos nos EUA. Ou por outra, o debate também deve passar pelo Congresso americano.Magnotta citou o senador Marco Rubio porquê uma figura potencialmente importante nesse contexto.Apesar de sua postura geralmente dura em relação à América Latina, Rubio tem histórico de suporte a reformas migratórias e pode ser um coligado em potencial para negociações sobre o tema.Mudança na terminologia oficialA comentador também comentou sobre a recente mudança na terminologia solene do governo americano, que voltou a usar o termo “alien” (estrangeiro) em vez de “imigrante” em alguns casos.“As palavras têm poder. E elas significam coisas, elas traduzem visões de mundo”, observou Magnotta, destacando que essa diferença reflete uma mudança na postura política em relação aos imigrantes.Ela explicou que o termo “indocumentado” é preposto por organizações internacionais e de direitos humanos, em vez de “proibido”, por ser considerado menos degradante para pessoas que muitas vezes não têm recursos ou informações para regularizar sua situação. Os textos gerados por perceptibilidade sintético na CNN Brasil são feitos com base nos cortes de vídeos dos jornais de sua programação. Todas as informações são apuradas e checadas por jornalistas. O texto final também passa pela revisão da equipe de jornalismo da CNN. Clique cá para saber mais.